Caprichoso encerra o Festival Folclórico de Parintins de 2022

Garantido, que busca o bicampeonato, abriu a noite de domingo.

Bruno Zanardo/Secom

Neste domingo (26) foi realizada a última noite no 55º Festival Folclórico de Parintins, que não era realizado há dois anos, devido a pandemia de covid-19. A noite começou com o boi-bumbá Garantido, que busca o bicampeonato em 2022. E encerrando o festival com azul e branco, veio o boi Caprichoso.

Garantido

Durante os três dias do festival, que teve início na última sexta-feira (24), o boi do povão apresentou o tema Amazônia do Povo Vermelho, homenageando aqueles que lutaram pela Amazônia ao longo dos anos. Na sexta-feira (24), o Garantido celebrou a diversidade dos povos indígenas e, no sábado (25), a negritude. No domingo, o Garantido focou na preservação da Amazônia.

A violinista Elena Koyonova faz parte da banda do Garantido. Búlgara, ela conheceu o Festival de Parintins em 2001 e se apaixonou pelo boi vermelho e branco.

Bruno Zanardo/Secom

“Eu sou Garantido desde sempre e eu estou torcendo muito para a gente conseguir esse bicampeonato. O sentimento é como aqui  vocês falam: sangue nos olhos. É hoje. As músicas do Garantido são sensacionais, sei lá, tem um poder mágico a música do Garantido para mim”, disse emocionada.

A secretária Suelen Cunha participou da batucada do boi vermelho e branco pela segunda vez tocando a palminha, um instrumento de marcação. Segundo ela, estar na arena do Bumbódromo é um sentimento que não tem explicação.

“Eu sempre quis brincar no boi Garantido, mas eu ia em todos os ensaios e quando eu olhei a batucada, quando eu senti a emoção, eu quis entrar na batucada. E foi o ano de 2019 que eu consegui. É uma paixão. Desde quando eu me entendo por gente eu sempre torci pelo Garantido”, disse Suelen, emocionada.

Caprichoso

Para fechar o festival com chave de ouro, o boi azul e branco trouxe o subtema “Amazônia-Festeira: o clamor da cura”, último ato do espetáculo “Amazônia: nossa luta em poesia”. O Caprichoso mostrou suas raízes identitárias e homenageou o fundador, Roque Cid.

A marujeira Carol Levy, 38, que há 13 anos toca tambor na Marujada de Guerra do Caprichoso, relata que o sentimento de participar do festival do recomeço foi ainda mais forte do que em anos anteriores.

“Todo ano é emocionante, parece que é sempre a primeira vez. Depois de dois anos parados, a emoção está muito maior, a gente está bem animado e felizes da vida por estar aqui”, comemorou a ritmista.

Na arena do Bumbódromo, o azul e branco celebrou a arte do caboclo parintinense, que no contexto da temática da terceira noite, transformou sonhos e lutas em poesia.

Como Figura Típica Regional (item 15), o bumbá trouxe o “Brincador de Boi”, uma homenagem aos caboclos que cresceram participando das festas do Caprichoso como vaqueiros, marujeiros, artistas, tuxauas, bailarinos, brincantes ou torcedores.

No item 17, Lenda Amazônica, o Caprichoso apresentou “Pássaro Primal e o Nascer das aves”, mostrando a crença do povo Kayapó, do Parque do Xingú, de que a vida venceu a morte quando um gavião colossal algoz das aldeias foi martirizado ao lutar contra dois guerreiros gigantes.

No Ritual Indígena (item 4), o Caprichoso fez sua apoteose descrevendo “Yanomami Reahú – Festa da Vida-Morte-Vida”, com fundamentação nos contos do xamã e líder político da floresta, Davi Kopenawa. O momento de comunhão e luta pela terra-floresta foi marcado pela participação do líder indígena Yanomami, Dário Kopenawa.

(*) Com informações da assessoria