Médico é o primeiro a testar vacina contra covid-19 em BH

Médico de 30 anos, foi o primeiro voluntário de Belo Horizonte a se apresentar esta manhã para receber a CoronaVac (Vacina contra o covid-19)

Médico é o primeiro a testar vacina contra COVID-19 em BH
Foto: Divulgação

André Ribeiro, jovem médico de 30 anos, foi o primeiro voluntário de Belo Horizonte a se apresentar esta manhã para receber a CoronaVac, vacina contra o novo coronavírus desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac Biotech, em parceria com o Instituto Butantan. “É uma boa oportunidade e momento importante para a medicina”, disse o profissional, que atua no Centro de Saúde Jardim Montanhês, local em que o imunizante será aplicado nesta sexta-feira (31), entre 8h e 17h.

Apressado, o médico chegou à Unidade Básica de Saúde (UBS) por volta de 8h40. A equipe do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Fármacos do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFMG, que coordena os testes na capital, estava de prontidão desde 7h. O coordenador do experimento, professor Mauro Teixeira, dará detalhes sobre os procedimentos logo mais, às 15h.

O sinal verde para os testes foi dado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no dia 3 de julho. Os trâmites de recrutamento de voluntários tiveram início pouco depois, a partir de 13 de julho. O estudo conta com 9 mil participantes cadastrados em 12 centros de pesquisa pelo país, incluindo a UFMG – todos profissionais de saúde que atuam na linha de frente do combate à pandemia de COVID-19. Em Minas, o grupo reúne 852 pessoas.

O laboratório chinês disponibilizou 20 mil doses para todo o Brasil – 850 delas foram entregues à UFMG. Comprovada a eficácia da vacina, o próximo passo é o registro do fármaco junto à Anvisa. Já há um acordo entre o Butantan e a Sinovac para a produção de 60 milhões de unidades do medicamento, que serão produzidos na China, com previsão de conclusão em setembro. Quando todos os trâmites forem concluídos com o órgão regulador, as substâncias serão enviadas ao Brasil.

A partir daí, a distribuição e a definição do público-alvo da campanha de vacinação no Brasil ficariam por conta do Programa Nacional de Imunização, do Ministério da Saúde. Além dessas 60 milhões de doses importadas, o Instituto Butantan deve produzir 100 milhões. Porém, isso exigirá uma adaptação que pode levar até 10 meses. A expectativa é que a vacina comece a ser aplicada em 2021, caso tudo ocorra dentro do previsto.