Sobe para 6 número de mortes relacionadas ao consumo de cerveja Backer em MG

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Na tarde desta segunda-feira (03), a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), divulgou um novo boletim com o número de 6 mortes possivelmente causada por intoxicação com dietilenoglicol, substância encontrada em cervejas da marca Backer, a suspeita é de que as vítimas tenham ingerido a bebida.

Por ter propriedades anticongelantes, o dietilenoglicol é frequentemente usado em sistemas de refrigeração. Sua periculosidade com relação a intoxicação vem deste 1937, após ser inserido na fórmula de um xarope, o que levou a mais de 100 mortes nos Estados Unidos. A tragédia alertou o Congresso norte-americano, que aprovou lei para que a Food and Drug Administration (FDA), fiscalizasse os processos de produção de alimentos, medicamentos e cosméticos de forma mais rígida.

No momento, só houve confirmação laboratorial da intoxicação por dietilenoglicol em uma morte: Um homem que morreu em 7 de janeiro deste ano. Os outros casos que resultaram em óbito ainda estão sendo examinados e são tratados oficialmente como suspeitos. No entanto, todos estão associados a sinais e sintomas compatíveis com o quadro de intoxicação por dietilenoglicol. Além dos seis casos que resultaram em mortes, há 21 suspeitos e três com confirmação laboratorial. São 30 casos ao todo, dos quais 26 em pacientes do sexo masculino e quatro do sexo feminino.

Até sexta-feira (31), quando foi divulgado o último boletim, quatro mortes estavam confirmadas. Das duas novas vítimas, apenas uma teve a identidade revelada. Trata-se do juiz João Roberto Borges, de 74 anos, cujo falecimento já havia sido informado oficialmente nesta manhã pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT-MG), onde ele trabalhava.

A Backer nega o uso da substância em sua produção e diz que colabora com as investigações. De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, já se confirmou a contaminação em 41 lotes de 10 rótulos distintos da cervejaria. A pasta interditou preventivamente a fábrica em 10 de janeiro. A comercialização de todos os produtos da Backer está suspensa.

Casos de intoxicação já foram relatados em outros países, como África do Sul, China, Espanha e Nigéria. Este último registrou o episódio mais recente: em 2008 o dietilenoglicol matou 84 crianças nigerianas. As investigações revelaram que todas elas consumiram um medicamento chamado My Pikin Baby, contaminado com a substância.