‘Poeira de estrelas’ com 7,5 bilhões de anos na Terra é identificada

O meteorito de Murchison caiu na Terra em 1969 Foto: James St John

Cientistas que analisavam um meteorito descobriram o material mais antigo conhecido na Terra. Eles descobriram grãos de poeira dentro da rocha espacial — que caiu na Terra na década de 1960 — com até 7,5 bilhões de anos.

O mais antigo dos grãos de poeira foi formado em estrelas que existiam muito antes de nosso Sistema Solar nascer.

Uma equipe de pesquisadores descreveu o resultado na revista Proceedings, da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos.

Quando as estrelas morrem, as partículas formadas dentro delas são lançadas no espaço. Esses “grãos pré-solares” são incorporados a novas estrelas, planetas, luas e meteoritos.
“São amostras sólidas de estrelas, poeira estelar real”, disse o principal autor do estudo, Philipp Heck, curador do Field Museum de Chicago e professor associado da Universidade de Chicago.

‘Balde em tempestade’

Uma equipe de pesquisadores dos EUA e da Suíça analisou 40 grãos pré-solares contidos em uma parte do meteorito de Murchison, que caiu na Austrália em 1969.

“Começamos com a trituração de fragmentos do meteorito”, disse a coautora Jennika Greer, do Field Museum e da Universidade de Chicago.

“Depois que todas as peças são segregadas, vira uma espécie de pasta e tem uma característica pungente — cheira a manteiga de amendoim podre.” Em seguida, esta pasta difusa foi dissolvida em ácido, deixando apenas a poeira estelar. “É como queimar o palheiro para encontrar a agulha”, disse Philipp Heck.

Para descobrir a idade dos grãos, os pesquisadores mediram quanto tempo eles foram expostos aos raios cósmicos no espaço. Esses raios são partículas de alta energia que viajam por nossa galáxia e penetram na matéria sólida.

Alguns desses raios interagem com o material que encontram e formam novos elementos. Quanto mais tempo eles são expostos, mais esses elementos se formam. Os pesquisadores usaram uma forma particular (isótopo) do elemento néon – Ne-21 – para datar os grãos.”Eu comparo isso com colocar um balde em uma tempestade. Supondo que a chuva seja constante, a quantidade de água que se acumula no balde indica quanto tempo ficou exposta”, disse o Dr. Heck.

Medir quantos dos novos elementos estão presentes diz aos cientistas por quanto tempo o grão foi exposto aos raios cósmicos. Por sua vez, informa-os quantos anos tem.

*Com informações da BBC News*