Chamou-me a atenção na semana passada a aflição do meu filho de 7 anos ao conversar comigo a respeito de um perfil na grande rede de computadores cujo nome é atribuído a Jonathan Galindo, o qual estaria assustando crianças na internet, induzindo-as a se mutilarem, fomentando desafios que podem vir a resultar na prática de suicídio como objetivo final.
Para quem ainda não ouviu falar, esse perfil alude a uma versão esquisita e assustadora do personagem Pateta, da Disney, que após manter contato com as crianças por vídeo-chamadas e até mesmo ligações ao vivo, lança os desafios e as orienta a segui-los.
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Não é de hoje que se têm notícias desses desafios que estimulam esse tipo de prática. Até bem pouco tempo, ouvíamos falar da Blue Whale (Baleia Azul) e da boneca Momo, que de igual fomentavam a mesma prática atentatória.
Em tempos de quarentena, em que nossos filhos estão cada vez mais antenados em seus celulares, tablets ou notebooks, acessando a internet sem muita dificuldade, o acesso fácil a esse tipo de conteúdo, bem como a facilidade que esses malfeitores têm para coopitar os nossos meninos e meninas, realmente é preocupante.
Não devemos menosprezar as aflições de nossos filhos, nem mesmo as suas curiosidades; devemos sim intervir sempre que for preciso, estando presentes cada vez mais na vida deles, a fim de ocupar os espaços vazios, promover o diálogo, brincar, orientar e ensinar os limites, acolhendo-os com o fim de afastar os males que o mundo traz, principalmente por intermédio da internet.
Outro dia li um artigo de uma terapeuta de casais que dizia, em outras palavras: “Nossos filhos não estão precisando de equipamentos de ultima geração, mas sim de nós, seus pais”.
Fiquemos atentos, pelo bem dos nossos Gabriéis!
Até semana que vem.
Ivo Martins
Delegado e professor de cursos preparatórios para concursos públicos
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