Amazonas apresenta alto risco para reintrodução de poliomielite

A cobertura vacinal para o público alvo está abaixo do preconizado pelo Ministério da Saúde

Foto: Divulgação

O Amazonas tem apresentado um alto risco para a reintrodução de casos de poliomielite, também chamada de pólio ou paralisia infantil. A cobertura vacinal para o público alvo está abaixo do preconizado pelo Ministério da Saúde, o que reacende o alerta para os pais de crianças e a sociedade como um todo.

O alerta foi feito, nesta semana, pela Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Drª Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP) que emitiu uma nota técnica aos profissionais, autoridades e gestores em saúde dos 62 municípios.

Desde 2019, o Amazonas aponta queda nos índices de vacinação contra a doença. E para se ter uma noção, o estado apresenta cobertura vacinal para 68,37% do público alvo. O Ministério da Saúde (MS) preconiza que o índice de cobertura vacinal esteja em 95%.

Conforme os profissionais em saúde, a vacinação é a única forma de prevenção contra doença. “A poliomielite pode infectar crianças e adultos. Para evitar essa doença é necessária a vacinação, já que não existe tratamento específico”, explicou o chefe do departamento de Urgência e Emergência da capital da Secretaria de Estado da Saúde (SES-AM), Lindinaldo dos Santos.

“Todas as crianças menores de cinco anos de idade devem ser vacinadas conforme esquema de vacinação de rotina e na campanha nacional anual. Os municípios devem estimular a população, para que não deixem de cumprir o esquema vacinal”, complementou ainda.

O esquema vacinal para a poliomielite consiste na administração de três doses de vacina inativada poliomielite (VIP), aos 2, 4 e 6 meses de idade, com intervalo de 60 dias entre as doses. O intervalo mínimo entre as doses é de 30 dias. Devem ainda ser administradas duas doses de reforço, a primeira aos 15 meses e a segunda aos 4 anos de idade.

Vacinação em Manaus

A Prefeitura de Manaus vai intensificar a busca por crianças e adolescentes que estão com o calendário básico de vacinação incompleto, durante a realização da Campanha Nacional contra a Poliomielite e de Multivacinação, que acontecerá entre os dias 8 de agosto e 9 de setembro. A estratégia, promovida pelo Ministério da Saúde em todo o país, visa reverter o atual cenário de baixa cobertura vacinal e impedir o retorno de doenças imunopreveníveis já erradicadas.

Foto: Divulgação

A oferta dos 18 imunizantes que compõem o calendário básico será reforçada nas 171 salas de vacinas da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), das 8h às 17h, e também em postos volantes que serão montados semanalmente nas unidades básicas de pequeno porte, conhecidas como “casinhas”. Todos os endereços estão disponíveis no site da Semsa (semsa.manaus.am.gov.br) e no link bit.ly/salasdevacinamanaus.

A gerente de Imunização da Semsa, Isabel Hernandez, relembrou que o vírus da poliomielite já está circulando novamente em outros países, e uma cobertura vacinal de 95% é o que garante uma proteção mínima para a população. Seguindo recomendação do Ministério da Saúde, não é mais necessário nenhum intervalo entre as vacinas do calendário básico e a vacina contra a Covid-19.

“A poliomielite é uma doença que deixa sequelas ou leva a óbito, e temos uma atenção especial voltada a ela por conta do aparecimento dela nas Américas. Precisamos ter um olhar diferenciado, porque desde 2017 a cobertura está muito baixa, então esse é o momento de resgatar essas crianças que não receberam vacina e deixá-las protegidas”. As estratégias que visam o alinhamento dos fluxos e ações a serem desenvolvidas durante a campanha já estão sendo realizadas na capital amazonense.

“A secretaria está trabalhando para buscar os jovens com esquema de vacinação incompleto, principalmente em relação ao imunizante contra a poliomielite, que tem como alvo as crianças menores de 5 anos de idade. Nossa meta é atingir 95% do público estimado de 141.139 crianças. Já na multivacinação, que inclui as demais vacinas, iremos trabalhar para alcançar o maior número possível de adolescentes de até 14 anos de idade”, informou a subsecretária de Gestão da Saúde, Aldeniza Araújo de Souza.