Bolsonaro admite interferência na presidência da Câmara

“Vamos participar e influir”, disse Bolsonaro após reunião com parlamentares do PSL, no Palácio da Alvorada, na manhã desta quarta-feira (27)

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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) falou nesta quarta-feira (27/1) na intenção de “participar e influir” na presidência da Câmara. Nesta manhã, o presidente recebeu parte da bancada do PSL na residência oficial do Palácio da Alvorada. Na saída, eles cumprimentaram apoiadores.

“Viemos fazer uma reunião aí com 30 parlamentares do PSL. E vamos, se Deus quiser, participar e influir na presidência da Câmara com esses parlamentares, de modo que possamos ter um relacionamento pacífico e produtivo para o nosso Brasil”, disse.

A fala de Bolsonaro foi registrada em vídeos divulgados pelas redes sociais de deputados e por um canal simpático ao presidente.

Bolsonaro atua para eleger Arthur Lira (PP-AL) na presidência da Câmara. Líder do Centrão, Lira disputa a cadeira contra o presidente nacional do MDB, o deputado Baleia Rossi (MDB-SP), postulante apoiado por Rodrigo Maia (DEM-RJ), siglas de centro-direita e partidos de oposição.

Maia antagonizou com Bolsonaro em diversos momentos. Além disso, a agenda de costumes, defendida pelo chefe do Executivo, não avançou no Congresso nos dois primeiros anos de mandato presidencial.

A eleição interna para a presidência da Câmara dos Deputados e do Senado Federal está marcada para o dia 1º de fevereiro. O voto é secreto e o deputado e senador eleitos pelos pares vão comandar as Casas pelos próximos dois anos.

Disputa na Câmara

Inicialmente, o PSL integrava o bloco de Baleia. No entanto, 36 deputados da sigla declararam apoio a Arthur Lira e o partido migrou para o bloco.

Apesar de a cúpula do PSL ter preferência por Baleia Rossi, a mudança foi oficializada pela Mesa Diretora da Câmara dos Deputados na última quinta-feira (21/1).

O bloco de Lira conta, agora, com o apoio de PP, PSL, PL, PSD, Republicanos, Pros, Patriota, PSC, PTB e Avante — 249 parlamentares. O Podemos, com 10, apesar de não ter oficializado, deve seguir com ele, totalizando 259 deputados.

Rossi, que é apoiado pelo presidente da Câmara e pela oposição, contabiliza o apoio de 12 partidos — PT, MDB, PSB, PSDB, DEM, PDT, Solidariedade Cidadania, PV, PCdoB e Rede —, que somam 242 parlamentares.

Para que seja eleito, o candidato precisa obter 257 votos. Se nenhum alcançar esse número no primeiro turno, a disputa vai para uma segunda votação com os dois mais votados.

*Com informações do Metrópoles*