Governo lista 23 acusações que podem ser abordadas na CPI da Covid

Uma tabela da Casa Civil da Presidência lista as acusações frequentes sobre o desempenho do governo federal no enfrentamento à covid-19.

Governo lista 23 acusações que podem ser abordadas na CPI da Covid
Foto: Sérgio Lima/Poder360

Uma tabela da Casa Civil da Presidência lista as acusações frequentes sobre o desempenho do governo federal no enfrentamento à covid-19. A relação de 23 itens, foi encaminhada por e-mail a 13 ministérios.

Cada um deveria produzir respostas para rebater as afirmações e encaminhá-las à Casa Civil até a última sexta-feira (23).

O ministro da Casa Civil, o general Luiz Eduardo Ramos, confirmou ao UOL a existência do documento e afirmou que as respostas vão ajudar na defesa do governo na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid, no Senado.

A CPI da Covid investigará a conduta do governo durante a pandemia e o uso de recursos da União transferidos para Estados e municípios. A 1ª reunião está marcada para terça-feira (27). Por causa da pandemia, a comissão será semipresencial.

Segundo o senador, há mais itens a serem acrescentados na lista. “Aparentemente é mais fácil planejar a sua defesa do que a proteção da vida do povo! Não vamos descansar até que haja justiça”, completou.

As afirmações são:

  1. O governo foi negligente com processo de aquisição e desacreditou a eficácia da CoronaVac (que atualmente se encontra no PNI [Programa Nacional de Imunização];
  2. O governo minimizou a gravidade da pandemia (negacionismo);
  3. O governo não incentivou a adoção de medidas restritivas;
  4. O governo promoveu tratamento precoce sem evidências científicas comprovadas;
  5. O governo retardou e negligenciou o enfrentamento à crise no Amazonas;
  6. O governo não promoveu campanhas de prevenção à covid;
  7. O governo não coordenou o enfrentamento à pandemia em âmbito nacional;
  8. O governo entregou a gestão do Ministério da Saúde, durante a crise, a gestores não especializados (militarização do MS);
  9. O governo demorou a pagar o auxílio-emergencial;
  10. Ineficácia do Pronampe [programa de crédito];
  11. O governo politizou a pandemia;
  12. O governo falhou na implementação da testagem (deixou vencer os testes);
  13. Falta de insumos diversos (kit intubação);
  14. Atraso no repasse de recursos para os Estados destinados à habilitação de leitos de UTI;
  15. Genocídio de indígenas;
  16. O governo atrasou na instalação do Comitê de Combate à Covid;
  17. O governo não foi transparente e nem elaborou um plano de comunicação de enfrentamento à covid;
  18. O governo não cumpriu as auditorias do TCU durante a pandemia;
  19. Brasil se tornou o epicentro da pandemia e “covidário” de novas cepas pela inação do governo;
  20. General Pazuello, general Braga Netto e diversos militares não apresentaram diretrizes estratégicas para o combate à covid;
  21. O presidente Bolsonaro pressionou [os ex-ministros da Saúde Luiz Henrique] Mandetta e [Nelson] Teich para obrigá-los a defender o uso da hidroxicloroquina;
  22. O governo federal recusou 70 milhões de doses da vacina da Pfizer;
  23. O governo federal fabricou e disseminou fake news sobre a pandemia por intermédio do seu gabinete do ódio.

Os ministérios deveriam se dedicar a determinados itens. Segundo a tabela, o Ministério da Saúde deveria responder a todos os itens, com exceção do 9, 10 e 11.

O Ministério de Ciência e Tecnologia produziria respostas para os itens 1, 7, 9, 19 e 20. O Ministério das Relações Exteriores deveria se ater aos itens 1, 11 e 13.

O Ministério da Defesa responderia aos itens 5, 7, 8, 15 e 20. O Ministério da Comunicações, aos itens 6 e 17.

A AGU (Advocacia Geral da União) ficaria com os itens 7, 18 e 23. O Ministério da Economia com 8, 9, 10, 14 e 18. A Secretaria de Governo, com os itens 9, 11, 12, 14, 16, 17, 19 e 20.

O Ministério da Cidadania e o da Justiça e Segurança Pública deveriam ficar com os itens 9 e 10. O GSI (Gabinete de Segurança Institucional), com os itens 15 e 23.

O Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos deveria responder ao item 15 e a CGU (Controladoria Geral da União), ao 18.

CPI DA COVID

Está marcada para terça-feira (27), às 10h, a instalação da CPI da Covid no Senado. A 1ª reunião deve confirmar Omar Aziz (PSD-AM) na presidência e Randolfe Rodrigues (Rede-AP) como vice.

Na relatoria ficará Renan Calheiros (MDB-AL), que se declarou parcial para assuntos envolvendo Alagoas. O filho, Renan Filho,  é governador do Estado. As informações são do Poder 360.