Wilker Barreto critica plano de saúde pago pelo Governo do AM

“A Hapvida recebe R$ 60 milhões e oferece um serviço precário ao professor do interior”, dispara Wilker

FOTO: HUDSON FONSECA

Em Sessão Ordinária da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) desta terça-feira, 24, o deputado estadual Wilker Barreto (Podemos) ressaltou a má prestação de serviços da Hapvida, contratada por R$ 60 milhões pelo Governo do Amazonas para oferecer planos de saúde aos professores da rede estadual de ensino no interior do Amazonas. Apesar do alto valor, segundo o parlamentar, os atendimentos estão sendo feitos de forma parcial e limitada.

Diante do cenário precário, Barreto pediu que a empresa amplie a cobertura médica nos municípios do Estado e cobrou uma explicação dos representantes da Hapvida na Casa Legislativa. Para Wilker, os servidores da Secretaria de Estado de Educação e Desporto (Seduc) que trabalham em cidades interioranas precisam ter uma assistência médica digna, principalmente na área clínica, uma vez que 55% dos professores da rede estadual de ensino estão no interior do Estado.

“Estamos falando de um contrato de R$ 60 milhões que a Hapvida recebe todo ano do suado povo do Amazonas e os serviços não são prestados a contento. Eu sou a favor do plano, mas desde que dê cobertura ao professor do interior, porque quem mora lá sabe o quanto é difícil e custa caro se deslocar para Manaus”, explicou Wilker, citando as principais dificuldades de quem precisa viajar à capital amazonense para realizar exames e consultas.

“Os professores do Alto Solimões gastam de jato ou de barco quase R$ 600 reais para se deslocar para Manaus. Quanto custa para um professor lá da região do Purus, já com seu dinheiro contado, manter um acompanhante? Não é justo o povo do Amazonas pagar para que os professores tenham o mínimo de saúde e os serviços sendo ofertados em Manaus”, salientou o deputado.

No Plenário, Wilker sugeriu a criação de cidades-polo para a oferta de exames em municípios adjacentes e sugeriu a convocação de representantes da Hapvida na Assembleia para que alternativas sejam apresentadas e, assim, ocorra a ampliação da cobertura no interior do Estado.

“Queria dar um exemplo: o Alto Solimões, como Tabatinga, tem todas as condições de suprir uma ultrassonografia, exames laboratoriais. Podemos até deixar a alta complexidade em Manaus, mas não podemos impor ao professor interiorano o sacrifício do deslocamento. É direito do professor ter os polos da Hapvida espalhados em mesorregiões”, finalizou.