Maia sobre Mandetta: “No meio da guerra não se muda general”

Presidente da Câmara afirma ver sinais de melhora no relacionamento entre o presidente e o ministro da Saúde

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Foto: Sérgio Lima/Poder360.

O presidente da Câmara do Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse acreditar na permanência de Luiz Henrique Mandetta no governo, apesar das divergências entre o ministro da Saúde e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

“O Bolsonaro é um cara que gosta de fazer frases e mandar recados, mas foi ele quem nomeou o Mandetta e conhecia as suas qualidades. Ele disse que, na guerra, de forma nenhuma ia mandar embora o ministro. Fico com essa frase para crer na manutenção do Mandetta”, afirmou o deputado, em entrevista ao apresentador José Luiz Datena, na Rádio Bandeirantes.

Segundo Maia, como Bolsonaro veio das Forças Armadas, ele sabe que “no meio da guerra, mudar o general quatro estrelas não é o melhor momento”, porque teria que modificar toda a estrutura e isso levaria entre dois e três meses. O presidente da Câmara vê sinais de melhora no relacionamento entre o ministro e o presidente.

Na segunda-feira (06), em meio a rumores de que seria demitido, Mandetta se reuniu com Bolsonaro e, depois, em entrevista coletiva, disse que permaneceria no cargo. Na ocasião, pediu “paz” para chefiar a pasta e, sem citar diretamente o presidente, reclamou de críticas que, em sua visão, criam dificuldades para o seu trabalho. Na quarta-feira (08/04), os dois voltaram a se reunir. De acordo com um auxiliar do presidente, Bolsonaro e Mandetta estão “acertando os pontos para seguir em frente”.

“Guedes é um quadro de grande qualidade”

Ao ser questionado na entrevista à Rádio Bandeirantes sobre Paulo Guedes, Maia destacou que o ministro da Economia é “um quadro de grande qualidade”, mas que ficou muito tempo no Rio, afastado de Brasília e, que por isso, teve um pouco de dificuldade no começo.

O deputado destacou que Guedes está cercado por um excelente corpo técnico, destacando o presidente do Banco Central, Roberto Campos, sobre quem disse que tem aprendido muito sobre como o Banco Central deve atuar em um momento de crise.

“Guedes tem muita experiência e, mesmo com os conflitos que a gente tem de vez em quando, temos que resolver algumas questões. Hoje, temos que resolver a questão dos estados e municípios. Nós temos um número, eles discordam e tem outro. Mas o grande debate não é quem ganha o texto, e sim como resolver o problema”, disse Maia, em referência à queda da arrecadação de estados e municípios.

 

(*) Com informações do Metrópoles