Em pronunciamento nesta terça-feira (06), o senador Plínio Valério (PSDB-AM) voltou a defender a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) destinada à investigação das Organizações Não Governamentais (ONGs) que atuam na Amazônia. A CPI tem como objetivo investigar possíveis ilegalidades nas ONGs presentes na região.
A CPI de Plínio foi um dos carros-chefes de sua campanha ao Senado, mas continua empacada e não sai do papel. O senador apresentou o requerimento para a CPI em 2019.
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“Nós já temos o número suficiente de assinaturas e estamos cobrando a instalação hás três anos. Para a instalar realmente basta que o presidente do Senado mande ofício aos líderes das bancadas para indicar seus membros à CPI. Esse passo não foi dado”, declara o senador à reportagem.
Em julho deste ano, sob rumores da CPI do MEC, o senador já cobrava o cumprimento do regimento interno do Senado para que o trâmite da Comissão de Investigação das ONGs fosse iniciada primeiro.
Pirâmide das ONGs
O senador argumenta que foi traçada uma pirâmide das ONGs que atuam no Amazonas, principalmente no Alto Rio Negro, região que abriga 90% do nióbio mundial e onde foram detectadas 372 organizações não governamentais. No “topo da pirâmide” que financia as ONGs aparecem a Embaixada da Noruega e a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional, que tem a função de assegurar o desenvolvimento econômico e social sustentável e igualitário:
“Nessa pirâmide encabeçada pela Embaixada da Noruega aparece sempre o Instituto Socioambiental como manipulador disso, conseguindo dinheiro e manipulando as pequenas ONGs”, denunciou o parlamentar.
Plinio ainda leu alguns trechos da carta que recebeu dos indígenas da etnia Baniwa, da Comunidade Castelo Branco, no município de São Gabriel da Cachoeira, no estado do Amazonas, criticando à atuação de ONGs na região. Na carta os indígenas relatam que “eles não têm ideia de uma comunidade que fica a tantos quilômetros distante sem uma atividade econômica para o seu sustento”.
“O Fundo Amazônia é a peça central dessa trama. É através do Fundo Amazônia que se dá dinheiro para essa gente, para essas ONGs fazerem esse desserviço ao país. E você brasileiro, você brasileira, é que têm que entender o mal que esse pessoal nós faz”, lamentou Plínio.