Professores são impedidos de iniciarem greve após medida de desembargador do TJAM

Estado argumentou que o número de professores na assembleia geral da categoria é “ínfimo” em relação aos associados ao sindicato

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O desembargador Domingos Chalub, do Tribunal de Justiça do Amazonas, acatou pedido do Estado do Amazonas, em ação civil pública, ajuizada nesta segunda-feira (15), e proibiu os professores contratados da Seduc (Secretaria de Educação do Amazonas) de iniciarem greve no dia 17 deste mês, como estava programado.

Desembargador Domingos Chalub acatou pedido do Governo do Amazonas e suspendeu a greve dos professores (Foto: TJAM/Divulgação)

Na sexta-feira (12), os professores, em assembleia geral realizada na Praça da Saudade, no Centro Histórico de Manaus, aprovaram o início da greve a partir do dia 17. Na assembleia, de acordo com o Sinteam (Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Amazonas), estavam presentes pouco mais de 2 mil profissionais da educação.

Na ação civil pública com pedido de concessão de tutela de urgência, o Estado argumentou que o número de professores na assembleia geral da categoria é “ínfimo” em relação ao universo de mais de 30 mil associados ao sindicato, o que, segundo o autor da ação, tornaria ilegítima a decisão pela greve.

“Assim, entendo que, à luz da ausência de robustez da decisão tomada por assembleia que não contava com sequer 10% (dez por cento) de seus associados, deve ser deferido o pedido de suspensão do indicativo de greve e a determinação para que se abstenha o réu de adotar qualquer
medida que resulte na paralisação de serviços públicos ligados à educação.”, escreveu o desembargador na decisão.

Caso o Sinteam desobedeça a decisão, o desembargador estabeleceu multa diária de R$ 30 mil enquanto durar a paralisação.

O Estado do Amazonas pediu e o Domingos Chalub acatou uma medida punitiva aos professores que porventura aderirem à greve: o desconto em folha dos dias em que os profissionais da educação deixarem de trabalhar.

O que diz o Sinteam

Na noite desta segunda, após saber da decisão, a presidente do Sinteam, Ana Cristina Rodrigues, afirmou que a entidade não foi notificada, e que “a nossa greve, decidida pela categoria por um número expressivo, está de pé”.

De acordo com a presidente, quem vai decidir se a greve será realizada é a categoria, em nova assembleia no dia 17, às 9h, na Assembleia Legislativa para os professores da capital, e nos municípios do interior do Estado, onde os professores realizarão a reunião dos profissionais.

“A categoria é que tem o poder de decidir. Portanto, até o dia 17, manteremos tudo do jeito que está. Caso o documento [decisão judicial] chegue até amanhã, iremos, através de um vídeo, colocar para vocês. Mas mesmo assim, a decisão não está nas mãos da direção do sindicato, está nas mãos da categoria”, disse.

*Com informações do site Amazonas Atual