
O Amazonas possui 66 casos confirmados da variante brasileira do novo coronavírus, informou o pesquisador Felipe Naveca, do Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia).
Nesta terça (9), estudos recentes sobre a variante foram divulgados pelo instituto, e também dados atualizados da pesquisa. No Amazonas, esse monitoramento genético do vírus circulante é feito pelo pesquisador Felipe Naveca, desde o primeiro caso de Covid-19.
Até esta segunda (8), mais de 283 mil pessoas foram infectadas pela Covid no Amazonas, e mais de 9,1 mil morreram com a doença.
De acordo com ele, os resultados foram positivos em 51% (28) das 55 amostras analisadas em dezembro do ano passado. Já em janeiro, o percentual foi de 92% (38) dos 41 casos coletados até o fim do mês.
O pesquisador informou que mais experimentos precisam ser feitos para ter 100% de certeza se a variante brasileira tem maior potencial de contágio. Porém, em comparação com as variantes encontradas no Reino Unido e na África do Sul, tudo indica para maior transmissão.
“A única informação que nós temos é: ela tem mutações similares e algumas mutações iguais ao que foi encontrado na linhagem do Reino Unido e da África do Sul. E nessas, com mais de dois meses pesquisando, foram associadas com maior transmissão. Então por conta dessas mutações, e do aumento de casos, sugere que ela tem maior potencial de transmissão”, disse.
A variante foi encontrada em nove cidades do Amazonas, incluindo a capital. Ela foi descoberta, no começo desse ano, em viajantes japoneses que passaram pelo estado. Outros 7 estados brasileiros também já registram casos da variante.
Novas descobertas chamam atenção
A variante brasileira é denominada pelos cientistas como P.1. Dentre as amostras coletadas no Amazonas, uma delas apresentou uma sequência próxima da linhagem P.1, mas ainda não é possível falar em mais uma variante.
“Ela aparenta ser um intermediário evolutivo até a P.1, mas ela só foi encontrada uma vez. A gente teve que dar o alerta sobre isso porque outras pessoas podem encontrar e aí a gente consegue saber se ela tem alguma importância do ponto de vista epidemiológico ou não”, explicou.
A amostra foi de um homem de 43 anos, coletada em Manaus. O pesquisador disse que aguarda mais dados sobre o desfecho clínico do caso para levantar mais hipóteses sobre a sequência do genoma.
Como combater a nova variante?
Segundo Felipe Naveca, existe apenas uma maneira de combater a nova variante: diminuir a circulação do vírus, seja por vacinação, seja por distanciamento social.
“A gente precisa muito do apoio da população nesse momento, como a vacinação ainda tá muito inicial, a gente precisa que as pessoas reforcem as medidas de cuidado, como distanciamento social, lavagem das mãos, utilização de máscaras, pra poder diminuir a transmissão do vírus agora”, disse.
Impedir a circulação do coronavírus também ajuda a evitar que outras variantes ou mutações surjam, ainda conforme Naveca.
*Com informações do G1*