Bolsa cai mais de 12% após suspender negociações; dólar sobe, a R$ 4,95

Os mercados mundiais operam em forte recuo, com o avanço do coronavírus agravando ainda mais os temores de uma recessão global.

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A Bolsa de Valores brasileira começou a semana com perdas de mais de 12% e interrompeu os negócios. Foi a quinta suspensão em uma semana, desde 9 de março. Os mercados mundiais operam em forte recuo, com o avanço do coronavírus agravando ainda mais os temores de uma recessão global.

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, acionou o “circuit breaker” pouco depois da abertura, quando registrava queda de 12,53%, a 72.321,99 pontos. O mecanismo interrompe automaticamente os negócios por meia hora quando a queda atinge 10%. Ao retomar as negociações, por volta das 11h, a Bolsa despencava 12,45%, a 72.381,93 pontos. Para que ocorra uma nova parada hoje, a queda precisa atingir 15%.

Também às 11h, o dólar comercial subia 2,91%, a R$ 4,953 na venda, após se aproximar de R$ 5 pela manhã. O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto. Nesta segunda, chega a R$ 5,20 em corretoras de São Paulo.

Bancos centrais tentam conter crise

Bancos centrais das principais economias estão adotando medidas para estimular a economia, que se deteriora em meio à pandemia.

Por exemplo, o Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) cortou ontem os juros em um ponto percentual, para perto de zero, em uma decisão emergencial. O banco também prometeu centenas de bilhões de dólares em compras de ativos.

Apesar dos esforços, as Bolsas da Europa despencavam na manhã de hoje ao menor nível desde 2012, enquanto as asiáticas fecharam em queda de mais de 2%.

“Hoje os mercados internacionais deveriam repercutir positivamente as ações adotadas neste final de semana pelos bancos centrais. Entretanto, nem mesmo as ações emergenciais estão sendo capazes de conter o pânico que se assola sobre os mercados nesta manhã”.

Segundo analistas, a decisão dramática e inédita do Fed, apesar de buscar estimular os mercados, apenas destaca o quanto o coronavírus está afetando a economia global, forçando o banco a colocar em ação suas ferramentas disponíveis.

Expectativa de corte de juros no Brasil

As medidas dos principais bancos centrais pelo mundo geram expectativa de que o BC brasileiro antecipe um corte na taxa básica de juros (Selic), que hoje está em 4,25%. O Copom (Comitê de Política Monetária), responsável pela decisão, tem reunião marcada para esta terça e quarta-feira.

Analistas do mercado esperam a Selic em 4% e reduziram a estimativa de crescimento em 2020 em 0,31 ponto percentual, a 1,68%.

Governo anuncia novas medidas de emergência

O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou nesta segunda-feira, em reunião extraordinária, medidas para facilitar a renegociação de dívidas, numa resposta aos impactos do coronavírus sobre a economia brasileira. O governo também flexibilizou os requerimentos de capitais dos bancos nos próximos seis meses.

A expectativa é que as medidas aumentem o fluxo de capital na economia brasileira e sirvam de incentivo para minimizar a crise.

*Com informações do UOL