O dólar comercial segue acima da barreira dos R$ 5. Embora a moeda registrasse queda de 0,89% às 09h40m desta terça-feira, ela era negociada a R$ 5,017. Com o objetivo de conter um pouco as distorções na cotação da divisa americana, o Banco Central (BC) interveio no câmbio.
A autoridade monetária fez um leilão de linha às 9h30, injetando US$ 2 bilhões no mercado brasileiro. Após o leilão, a queda da moeda foi ampliada. na abertura, a queda era de 0,4%. A medida aconteceu após o dólar ter fechado no maior patamar desde a implementação do Plano Real, na última segunda-feira, a R$ 5,06.
O mercado também repercute o pacote de R$ 147 bilhões anunciado pelo governo federal para combater os efeitos da pandemia do novo coronavírus na economia brasileira. Em entrevista na noite da segunda, o ministro da Economia Paulo Guedes disse que esse é o primeiro conjunto de medidas adotadas pelo governo, e acrescentou que outras iniciativas poderão ser adotadas.
— O governo está fazendo o que pode. O pacote é, basicamente, a antecipação de alguns gastos que seriam feitos até o fim do ano e a postergação d recolhimento de alguns impostos — avalia Alberto Ramos, economista-chefe para América Latina do Goldman Sachs. — Acho perigoso mexer no teto de gastos, mas o mundo todo está passando por uma emergência. Caso o teto seja flexibilizado, é preciso ter cuidado que não seja feita uma expansão populista dos gastos.
Mesmo com a reação do governo, o economista avalia que a economia brasileira tende a ter crescimento em linha a zero neste ano:
— Qualquer percentual que vier acima de zero já será sorte, dada a gravidade da situação do país e do mundo. As commodities em baixa, o distanciamento social das quarentenas, tudo isso impacta na atividade econômica. A expectativa é que a economia comece a melhorar no terceiro trimestre, com alguma retomada ou crescimento no quarto.
Na Europa, as instituições financeiras captaram 109 bilhões de euros (US$ 120 bilhões) do Banco Central Europeu na primeira parcela do financiamento provisório destinado a impedir que os mercados monetários se recuperassem durante a pandemia de coronavírus.
O dinheiro faz parte de um pacote de medidas que o BCE divulgou na semana passada que também incluiu um aumento na compra de títulos e termos mais favoráveis para seu programa de empréstimos de longo prazo a partir de junho.
Ainda no continente europeu, os principais índices acionários operam em queda, mas com perdas muito menores do que as observadas na véspera. A Bolsa de Paris (CAC) cai 1,31%. O presidente Emmanuel Macron decretou a interdição de qualquer deslocamento no país diante da disseminação da Covid-19. Em Londres (FTSE 100) e Frankfurt (DAX), as perdas são de, respectivamente, 1,67% e 1,63%.
A Bolsa de Madri (Ibex 35), que foi quem mais perdeu na segunda por conta da quarentena geral na Espanha, inverte a tendência e sobe 1,01% nesta sessão.
Na Ásia, o fechamento foi misto. O índice Nikkei (Japão) subiu 0,06%. Já o CSI300 (que reúne as principais companhias listadas em Xangai e Shenzen) recuou 0,49%.
*Com informações do O Globo