Médico, bombeiro e enfermeira: esportistas lutam contra a covid-19

Os esportes podem ser diferentes, mas os três têm algo em comum, nesses tempos difíceis de pandemia do novo coronavirus (covid-19).

Foto: Arquivo Pessoal

O ex-ala da seleção, Marcel de Souza, ídolo do basquete brasileiro. Nicole Silveira, atleta de skeleton (modalidade olímpica de inverno). E Ben-Hur Sturaro, ciclista de estrada. Os esportes podem ser diferentes, mas os três têm algo em comum, nesses tempos difíceis de pandemia do novo coronavirus (covid-19). Cada qual com sua atual profissão está comprometido na luta contra a doença. Marcel é médico. Ben-Hur, bombeiro. Nicole, enfermeira. Eles contaram à Agência Brasil suas trajetórias como atletas e como vêm enfrentando o dia a dia no trabalho.

Doutor Marcel

O basquete já era realidade para Marcel, que atuava por uma universidade nos Estados Unidos, quando – segundo ele – foi “escolhido” pela Medicina. “Acabei jogando só um ano, voltei, fiz cursinho e entrei [na faculdade]. Realmente, ficou uma coisa complicada treinar como eu treinava e estudar como estudava”, recorda. “Passei a estudar muito mais, nas madrugadas, e tive que abandonar o treino adequado para o basquete. Quando se escolhe duas coisas juntas, uma tem que ser sacrificada. Foi o esporte. Não cheguei ao máximo que poderia”, completa o ex-atleta, que representou o país em quatro Olimpíadas e foi medalhista de bronze no Mundial de 1978 e de ouro nos Jogos Pan-Americanos de 1987.

Enfermeira Nicole

A brasileira de 25 anos mora com os pais em Calgary (Canadá). Até quinta-feira (30), o país teve 52.056 casos confirmados e 3.082 mortes por conta da covid-19 – bem menos que o vizinho Estados Unidos, com mais de um milhão de registros da doença e quase 63 mil óbitos. “Aqui, o pessoal pode sair para caminhar, mas, respeitando dois metros de distância. Os restaurantes estão abertos só para entregas. Nos mercados, colocaram adesivos no chão para indicar a distância e apenas certo número de pessoas pode entrar por vez. Por enquanto, está um pouco mais liberado que na Itália, onde nem se podia sair de casa, pois acreditam que os cidadãos daqui conseguem seguir as regras sem a necessidade de multá-los”, descreve a atleta.

Soldado Sturaro

A rotina de esportista não foi a única impactada com a pandemia. “No atendimento a vítimas, os efetivos estão tomando as maiores precauções com os EPIs [equipamentos de proteção individual], como luvas de procedimento, óculos, avental impermeável e máscara. Todos os equipamentos utilizados no atendimento pré-hospitalar, na viatura, têm de ser higienizados em caso de vítimas contaminadas pela covid-19. Na chegada ao quartel, é feita esterilização com álcool 70 ou a troca do material e a viatura tem de ser totalmente esterilizada, além de aguardar duas horas para um novo atendimento, caso ela seja necessária”, explica.

Enquanto isso, ciclismo competitivo só em 2021. O que não significa que a preparação esteja parada. “Eu tenho um rolo de corrida e faço simulações em casa. Tenho feito também fortalecimento com peso. No fundo da minha, residência tem um aparelho de ginástica, então, fui me adaptando para não perder a preparação. E no quartel, dia sim, dia não, tem alguns aparelhos também e a gente tem feito os exercícios ao ar livre. Não é igual, mas está dando para se manter fisicamente”, encerra.