PF realiza operação para combater desvios de medicamentos destinados aos Yanomami

Estão sendo cumpridos pela PF e MPF 10 mandados de busca e apreensão, em Roraima, expedidos pela 4ª Vara Federal Criminal da Justiça Federal.

PF realiza operação para combater desvios de medicamentos destinados aos Ianomâmi
Foto: Divulgação / PF

A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF) deflagraram na manhã desta quarta-feira (30/11) a operação Yoasi em Roraima, com o objetivo de investigar um esquema de desvio de recursos públicos federais do Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami (DSEI-Y).

Estão sendo cumpridos 10 mandados de busca e apreensão, no estado de Roraima, expedidos pela 4ª Vara Federal Criminal da Justiça Federal em Roraima.

O inquérito policial foi instaurado após o recebimento de um inquérito civil, conduzido pelo Ministério Público Federal, que apurou notícias divulgadas pela imprensa que relatavam a falta de medicamentos para malária e verminoses na Terra Indígena Yanomami. As diligências do MPF identificaram, dentre outras irregularidades, o recebimento do vermífugo albendazol em quantidades inferiores ao adquirido pelo órgão.

Além deste remédio, as suspeitas são que apenas 30% de mais de 90 tipos de medicamentos fornecidos por uma das empresas contratadas pelo DSEI-Y teriam sido devidamente entregues. Com o apoio de agentes públicos, os recebimentos das entregas seriam fraudados e indicariam o cumprimento integral da contratação.

Apenas em relação ao prejuízo para tratamento de verminoses, o esquema implementado no DSEI-Y teria deixado 10.193 crianças desassistidas, resultando no aumento de infecções e manifestações de formas graves da doença, com crianças expelindo vermes pela boca.

O empresário suspeito de se beneficiar do esquema também é investigado em outra ação, por suspeitas de participação em um esquema de desvio de recursos públicos do combate a covid-19 em Roraima.

Os principais crimes investigados são fraude em licitação, corrupção ativa e passiva, associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema de informação. A soma das penas para estes crimes pode ultrapassar 35 anos de reclusão.

O nome da operação faz alusão a Yoasi, para os Yanomami, irmão de Omama e responsável pela morte no mundo.

(*) Com informações da assessoria