Bancada federal do AM reage a divulgação de vídeo da reunião ministerial

O vídeo da reunião de Bolsonaro com ministros, no dia 22 de abril, foi divulgado após decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Celso de Mello

Bancada federal do AM reage a divulgação de vídeo da reunião ministerial

Após a divulgação da reunião ministerial do gabinete do presidente Jair Bolsonaro, no dia 22 de abril, diversos políticos se manifestaram sobre o conteúdo do vídeo. Procurados pela reportagem do Portal Rede Notícias, os parlamentares da bancada amazonense, em sua maioria, criticaram a postura do presidente e de seus ministros.

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O deputado federal José Ricardo (PT), afirmou que o vídeo mostrou o despreparo do presidente, que só fala palavrões e que não respeita ninguém. “Uma reunião ministerial que não trata sobre a situação da população que está morrendo com a pandemia do coronavírus, não trata de medidas de prevenção nem para atender o povo mais pobre, os indígenas. Vários ministros falando muita besteira, pessoas totalmente despreparadas. E essa é a razão do Brasil ser um dos que tem os maiores casos de contaminação, não há um governo sério, não há articulação séria”.

José Ricardo ainda pontuou a postura de Bolsonaro em atacar governadores e prefeitos. “Ele não trabalha pra ter algo coordenado, ele não cuida de ter uma união nacional para preservar vida. Pelo contrário, ele estimula o fim do isolamento. Graças a ele muita gente morreu, em vez dele tomar medidas mais firmes, dar um bom exemplo. Ele dá um mau exemplo, ele é um mal ao país. Alguns até na brincadeira dizem que ele é um dos vírus que está prejudicando o Brasil e a sua população”, finalizou o deputado.

O senador Plínio Valério (PSDB), ressaltou que a o vídeo mostra uma reunião que mais parece um encontro de conspiradores contra o regime democrático. “O conteúdo deixou claro o que alguns ministros, fazendo coro com o chefe, pensam do Judiciário e do Legislativo. Quem gosta do presidente vai dizer que ele está certo, quem não gosta vai condená-lo e aqueles que estão no meio tem muito o quê pensar daqui pra frente”.

O deputado federal Marcelo Ramos (PL) usou o Twitter para expor a sua opinião sobre o vídeo divulgado. “Acho que o vídeo é a cara do governo Bolsonaro e da base que o sustenta. Não vejo novos danos. Mesmo discordando da forma como o presidente trata as instituições democráticas do país, preciso reconhecer que as críticas dele são críticas avalizadas por muitos”, tweetou Ramos.

Bosco Saraiva (Solidariedade) foi outro parlamentar que criticou e desaprovou a postura do presidente Bolsonaro e dos ministros após a divulgação do vídeo. “O vídeo revela o já revelado: Bolsonaro “in natura”! Minha maior preocupação foi que as pautas mais importantes do país não foram tratadas, como é o caso do combate ao Covid19”.

Live de apoiador do presidente

O Capitão Alberto Neto (Republicanos), apoiador do presidente Bolsonaro na Câmara dos Deputados, utilizou suas redes sociais para transmitir uma live, que durou quase 50 minutos, para falar sobre a divulgação do vídeo.

Alberto Neto inicia a live criticando que mediante toda a situação de pandemia e mortes de pessoas no Brasil, os outros países estão unidos e aqui estamos tendo ‘guerras políticas’. O parlamentar utilizou o espaço para criticar a falta de união para vencer o inimigo coronavírus. “No Brasil, a política parece que fala mais alto do que a vida. A sede do poder parece que fala mais alto do que a vida, a vida das pessoas que amamos. Me sinto muito envergonhado por essa situação”.

Confira a declaração do Capitão Alberto Neto:

Divulgação do vídeo

Após decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Celso de Mello, o vídeo da polêmica reunião ministerial do gabinete do presidente Jair Bolsonaro de 22 de abril foi divulgado e disponibilizado no site do STF.

A decisão não atendeu aos apelos da Advocacia-Geral da União, que queria que a divulgação fosse restrita aos trechos em que o presidente trata sobre a “segurança” dele. No entanto, Mello decidiu remover os trechos em que a reunião trata sobre China e Paraguai para não causar problemas com os países.

A gravação é uma das provas apontadas solicitadas pela Procuradoria Geral da República no inquérito que investiga se o presidente tentou interferir na Polícia Federal. Segundo o ex-ministro Sérgio Moro, Bolsonaro o pressionou na ocasião para conseguir fazer mudanças na Superintendência da PF do Rio de Janeiro com o objetivo de proteger pessoas ligadas a ele.