RIO – O enterro do corpo de Ágatha Vitória Sales Félix, de apenas 8 anos, foi marcado por indignação e comoção, na tarde deste domingo (22), no cemitério de Inhaúma, zona norte do Rio. A menina foi atingida nas costas por um tiro de fuzil dentro de uma Kombi no Complexo do Alemão, na noite de sexta-feira (20).
“Ela está no céu, que é o lugar que ela merece”, disse o avô da menina, ao lado de outros parentes, todos inconsoláveis. O cortejo até o cemitério reuniu uma pequena multidão. “A polícia matou um inocente. Não teve tiroteio nenhum. Foram dois disparos que ele deu. É mentira!”, gritava, muito abalado, um homem que seria o motorista da Kombi (que ajudou a socorrer a menina) e que teria visto um policial atirando.
No velório, outras pessoas contestaram a versão oficial da Polícia Militar, de que Ágatha teria sido ferida num confronto entre policiais e criminosos. “Quem matou foi o Estado”, dirigiu-se um homem a jornalistas, sem se identificar. “Não houve confronto”, completou outro.
Moradores e ativistas convocaram nova manifestação neste domingo, pedindo o fim da violência policial no conjunto de favelas em que a menina foi atingida. A concentração de manifestantes foi marcada para 13h, em frente à Unidade de Pronto Atendimento de Itararé. Depois, os participantes seguiram juntos para o velório da menina.
“Ela está no céu, que é o lugar que ela merece”, disse o avô da menina, ao lado de outros parentes, todos inconsoláveis. O cortejo até o cemitério reuniu uma pequena multidão. “A polícia matou um inocente. Não teve tiroteio nenhum. Foram dois disparos que ele deu. É mentira!”, gritava, muito abalado, um homem que seria o motorista da Kombi (que ajudou a socorrer a menina) e que teria visto um policial atirando.
No velório, outras pessoas contestaram a versão oficial da Polícia Militar, de que Ágatha teria sido ferida num confronto entre policiais e criminosos. “Quem matou foi o Estado”, dirigiu-se um homem a jornalistas, sem se identificar. “Não houve confronto”, completou outro.
Moradores e ativistas convocaram nova manifestação neste domingo, pedindo o fim da violência policial no conjunto de favelas em que a menina foi atingida. A concentração de manifestantes foi marcada para 13h, em frente à Unidade de Pronto Atendimento de Itararé. Depois, os participantes seguiram juntos para o velório da menina.
Em vídeos postados nas redes sociais pelo jornal comunitário Voz das Comunidades, era possível ver os manifestantes carregando faixas com nomes de algumas das vítimas de confrontos e mensagens como “Parem de nos matar”, “Chega de morte” e “Não quero enterrar meu filho”. Os líderes do protesto pediam um basta à violência e ao uso de helicópteros da polícia que têm sobrevoado as comunidades fazendo disparos contra a favela.
Em nota, a Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro informou que lamentava “profundamente a morte da pequena Ágatha no Complexo do Alemão” e manteve a versão de que os agentes apenas revidaram a uma agressão de criminosos “quando foram atacados de várias localidades da comunidade de forma simultânea”. No entanto, a Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP) comunicou que abrirá “um procedimento apuratório para verificar todas as circunstâncias da ação”.
*Com informações do Estadão*